18 novembro 2011

Veneza - Palácio dos Doges


Pelo fato de estar a beira da laguna, o Palácio dos Doges ou Palazzo Ducale tem um especial encanto e seu contraste com o azul do mar é fantástico. As cores das fachadas é outro aspecto que o torna elegante e discreto, mas profundamente belo. De acordo com a luz do dia, o delicado mosaico em branco e rosa vai se mostrando em diferentes tons de rosa.


Palazzo Ducale




Palácio dos Doges - Veneza


Sua construção simétrica e majestosa parece estar delicadamente contemplando o mar. Sem dúvida, o Palácio dos Doges de Veneza, símbolo da cidade e uma obra-prima do gótico veneziano, é uma maravilha que merece ser calmamente admirada! Se não é tão rico em ouro quanto a basílica, se é mais discreto, não é menos sofisticado e é mais instigante: representa a força da Sereníssima República de Veneza.


Detalhe da loggia

Palácio dos Doges
Balcão e loggia da fachada voltada para o molo, com a Ponte della Paglia a frente. 

Localizado na área monumental da Piazza San Marco, entre a Piazzetta e o Molo, o palácio atual foi construído entre 1309 e 1424




A edificação do palácio iniciou-se, presumivelmente, no século IX, entretanto, da construção original nada sobreviveu. Em 828, com a chegada dos restos mortais de São Marcos, foi instalada ao lado a primitiva basílica marciana. 



Sucessivas reedificações ao longo dos séculos resultaram na obra prima da arte gótica veneziana, de estrutura enganosamente simples, mas na verdade cheia de mistérios. Grandioso, tanto nos aspectos arquitetônicos quanto decorativos, é o símbolo do poder e da glória da República. 
Suas duas fachadas, uma voltada para a praça e outra para a laguna, parecem desafiar as leis da gravidade graças às arcadas no térreo e às galerias do segundo andar. 


O Palácio foi a residência do Doge de Veneza e contém os escritórios de várias instituições políticas, organizados ao redor de um pátio central. O primeiro andar foi ocupado por escritórios de advocacia, a Chancelaria, os Censores e o Escritório Naval. No segundo andar estavam a Grande Câmara do Conselho, a Câmara de Votação e os apartamentos do Doge. O terceiro piso apresenta a Sala del Collegio, adornada com pinturas, incluindo as de vários Doges e a Lepanto, de Paolo Veronese, onde os embaixadores estrangeiros eram recebidos. Há salas usadas por corpos governamentais e também uma Câmara Bussola, onde os cidadãos podiam submeter as suas reclamações.

Talvez a sala mais espetacular seja a Câmara do Grande Conselho ou Sala del Maggior Consiglio, originalmente a sala de reuniões da legislatura. A sala é ladeada por pinturas de antigos Doges e o enorme Paraíso, de Tintoretto, considerada a maior pintura do mundo em tela.
Outra grande sala é a Sala dello Scrutinio, com outras pinturas de Doges e o quadro Batalha de Lepanto, de Andrea Vicentino. Na parte traseira do palácio está a Ponte dos Suspiros, anexa à prisão.
Além disso, podemos observar no Palácio a "Escada de Ouro", projectada por Jacopo Sansovino, um famoso arquitecto e escultor do Renascimento Italiano.





Palazzo Ducale
Esquina do Palácio e o Leão de São Marcos

Em 1442 Giovanni Bon e Bartolomeu Bon criaram a Porta della Carta, um monumental portão em estilo gótico tardio, ao lado do palácio, na Piazzetta. Por esta porta se dá o acesso ao Ducal. 


Porta della Carta
Detalhe da Porta della Carta


No detalhe, o doge com o Leão de São Marcos 


O átrio é ricamente ornamentado com esculturas e nele está a Escada dos Gigantes, que leva às galerias. Esta escadaria erguida entre 1483 e 1491, projetada por António Rizzo, era usada para cerimônias de coroação ducal . O patamar superior servia de palco à coroação dos doges. 




Scala dei Giganti (Escadaria dos Gigantes) deve o nome as duas estátuas de mármore de Sansovino, representando Marte e Netuno, aqui colocadas em 1567. A escadaria monumental liga o pátio à logia interior do primeiro andar e era o lugar dedicado a cerimônia. As duas estátuas colossais deviam representar o poder e o domínio sobre a terra firme e sobre o mar.





Das galerias se ascende ao primeiro andar pela Escada de Ouro, assim chamada por sua belíssima decoração; ela se divide em duas rampas para dar acesso aos andares superiores onde ficam os aposentos do doge e as inúmeras salas recobertas em sua maior parte por Tintoretto e Veronese, sempre glorificando o Estado veneziano.

Escada de Ouro

Teto da Escada de Ouro

Detalhes da Escada de Ouro

Teto da Escada de Ouro
Sala do Magistrado na Lei

Detalhe do teto da Sala do Magistrado na Lei

Sala do Senado

Sala do Senado

Descendo a escada e de volta ao primeiro andar acima das galerias, a esplêndida sala do Mais Alto Conselho ou do Maggior Consiglio, onde se reuniam os homens que formavam o coração e a base do sistema político veneziano.

Sala do Mais Alto Conselho 

Pintura da Sala do Mais Alto Conselho

Detalhe do teto da Sala do Mais Alto Conselho

No início do século XVII, foram acrescentadas as chamadas Prigioni Nuove (Prisões Novas), na outra margem do rio, por obra do arquiteto Antonio Contin. Este novo corpo, sede dos Signori della Notte (Senhores da Noite), magistrados encarregados de prevenir e reprimir crimes penais, foi ligado ao palácio através da Ponte dei Sospiri (Ponte dos Suspiros), percurso dos condenados trazidos do palácio, sede dos tribunais, para as prisões.

Ponte dos Suspiros

A Ponte dos Suspiros, que, como o nome indica, ouviu milhões de suspiros de quem nunca sabia se voltaria a cruzar aquela ponte. Uma famosa exceção, Casanova, que escapou de maneira rocambolesca e ainda deixou um livro explicando sua fuga.




Essa é a vista que os condenados tinham de Veneza ao passar pela Ponte dos Suspiros.
Muitas vezes a última!


Sala da tortura

As prisões subterrâneas, abaixo do nível da água e, por esse motivo, extremamente húmidas e insalubres, destinadas aos prisioneiros de condição inferior, encerrados em celas escuras e estreitas, tomavam o inequívoco nome de Pozzi (poços). Por outro lado, sob o telhado do palácio e das suas coberturas estavam os Piombi (chumbos), que deviam o seu nome à cobertura do teto. Aqui encontravam lugar os prisioneiros mais importantes, nobres, ricos e religiosos, que eram, assim, relegados para um ambiente que, embora duro, era menos insalubre que os infernais Pozzi. Estes prisioneiros podiam até mesmo, ter alguma regalias, como comida melhor e roupas lavadas, desde que arcassem com as custas.




As sombrias prisões

Sela do  famoso Casanova

O Palácio Ducal desenvolve-se em três alas em torno de um amplo pátio central arcado, sendo o quarto lado constituido pelo corpo lateral da basílica, antiga capela palatina.


Vista do pátio

Vista do pátio

O acesso principal ao pátio é feito pela Porta della Carta, que, através do Androne Foscari, longo ambiente de passagem que conduz ao arco triunfal dedicado ao próprio doge Francesco Foscari. A  passagem dirige-se diretamente à monumental Scala dei Giganti.

Detalhe em mármore do pátio


No pátio, onde se realizavam as cerimônias de coroação dogal, torneios e uma caça aos touros anual dominam dois grandes poços para o aprovisionamento hídrico do complexo.

Poço ornamentado em bronze

Detalhe do poço


Existiam espalhadas por Veneza (em épocas de chumbo e de execuções) caixas de ferro chamadas Bocca di Leone (Boca do Leão), que serviam para recolher denuncias anônimas. Instaladas pela inquisição uma em cada bairro e uma em frente ao Palácio do Doge, essas “bocas de leão” facilitavam a vida dos delatores e complicavam a vida dos hereges. Diariamente um representante do Palácio passava recolhendo as denuncias.

Boca do Leão

Depois da queda da República de Veneza, cujo fim foi decretado na sessão do Maggior Consiglio (Conselho Maior) de 12 de Maio de 1797, o palácio não foi mais utilizado como sede do príncipe e da magistratura, mas foi utilizado como sede de gabinetes administrativos do Império Napoleônico e do Império Austríaco. As prisões, conservaram as suas funções. Com a anexação de Veneza ao Reino da Itália, o palácio foi submetido a extensos restauros e em 1923 foi destinado a sede do Museo Civico di Palazzo Ducale (Museu Cívico do Palácio Ducal), função que desempenha até a atualidade.


O Palácio Ducal vem servindo de inspiração para vários edifícios espalhados pelo mundo.
Palazzo Ducale
San Marco, 1  
30135 Venezia 
Tel. + +39 041 2715911 
Fax. + +39 041 5285028 info@fmcvenezia.it

De 1 abril a 31 outubro
08:30-19:00 (última admissão 18:00)
De 1 novembro a 31 março
08h30 - 17:30 (última admissão 04:30)
Fechado em 25 de dezembro e 01 de janeiro
Para informações de preços e passes, vale dar uma olhada no site do museu:









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